
Premissas para o estudo da memória coletiva no mundo urbano contemporâneo sob ótica dos itinerários de grupos urbanos e suas formas de sociabilidade
2001; Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE); Volume: 2; Issue: 4 Linguagem: Português
10.22456/1984-1191.9122
ISSN1984-1191
AutoresCornélia Eckert, Ana Luiza Carvalho da Rocha,
Tópico(s)Social and Economic Solidarity
ResumoA descoberta das formas de vida social no meio urbano, como objeto de estudos, obrigou o antropólogo a voltar-se para sua própria sociedade na busca do entendimento de seus próprios sistemas de significações, através de uma preocupação singular com o conteúdo simbólico das cidades "enquanto representação do universo pelo homem e mediação na integração do homem nesse universo". Neste percurso de conformação do campo conceitual da própria disciplina, é notório o quanto a Antropologia do mundo contemporâneo deve aos intelectuais da Escola de Chicago, os primeiros a interessar-se pelo problema da desorganização, desestruturação e anomia acarretadas pela concentração das massas nas megalópoles contemporâneas. A esta vertente de estudos e pesquisas sobre a cidade, responderam outros intelectuais formados nos quadros de uma sociologia européia e dedicados ao estudo do mundo urbano e dos problemas das relações capital/trabalho, lazer, individualismo, etc. Parte do legado de que usufruímos sobre os estudos das modernas sociedades industriais deve-se à obra de Georg Simmel e sua atração intelectual pela diversidade indefinida das formas de vida social no mundo contemporâneo. Em suas análises sobre a vida metropolitana e a filosofia do dinheiro, Simmel revelou-se, para o campo de estudos da Antropologia das sociedades contemporâneas, um pensador eternamente fascinado tanto pela riqueza das formas de vida social e sua capacidade de acolher uma infinidade de conteúdos quanto pela riqueza de tais conteúdos que podem, da mesma maneira, acolher uma multiplicidade de formas. A vida metropolitana, apreendida no contexto do pensamento simmeliano, revela-se como ponto de interseção de vários mundos, isto é, “uma continuidade não-regularizada de formações, informações e deformações de conteúdos novos e antigos que se individualizam nas formas que os animam, de tal modo que no desenvolvimento vital aquilo o que é cada vez formado ultrapassa a forma momentaneamente adotada”. Formas estas dadas pela diversidade de combinações das afiliações dos indivíduos aos grupos, em que as interações estão sujeitas ao espírito da vida moderna.
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