Explorando a dimensão empírica da cidadania comunicativa e direito à comunicação
2014; OberCom (Observatorio da Comunicação); Volume: 8; Issue: 3 Linguagem: Português
10.15847/obsobs832014789
ISSN1646-5954
Autores Tópico(s)Social Media and Politics
ResumoA relevante experiência comunicacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Brasil– na qual as rádios comunitárias exercem uma função fundamental ao longo dos 30 anos de existência do movimento – serve como contexto para a análise e problematização das ideias de direito à comunicação (Peruzzo 2011, Deane 2007), cidadania comunicativa (Mata 2006) e representação (Fraser 2009). Fomentam a conscientização (Freire 1987), mobilização e (re)construção da identidade camponesa por meio de uma programação e atividades centradas no exercício do direito à livre expressão e valorização das manifestações culturais populares. Além disso, as rádios ligadas ao movimento se tornam um canal de diálogo com a comunidade local, na medida em que valorizam manifestações culturais da mesma e exercem funções de serviço público. Entretanto, as rádios comunitárias do MST apresentam conflitos e contradições entre os quais se destacam a escassez de recursos, os empecilhos impostos pela restritiva lei de radiodifusão brasileira e a transição para mídias digitais. Nesse contexto, analisam-se aqui as tensões e potencialidades das rádios ligadas ao MST e inseridas nos espaços do movimento, como assentamentos e escolas. Através de entrevistas com comunicadores populares militantes do movimento, pretende-se discutir e contribuir para o desenvolvimento de conceitos como direito à comunicação (Peruzzo 2011), cidadania comunicativa (Mata 2006) e representação (Fraser 2009). A partir desse estudo pode-se constatar a função mediadora (Couldry, 2010) da rádio entre o movimento e as comunidades locais. As rádios também se constituem em um espaço de aprendizagem para o exercício da cidadania comunicativa e do direito à comunicação.
Referência(s)