Relance sobre a iconografia da padroeira de Aveiro: de 1470 (?) a 2008
2010; Issue: Vol. 27 Linguagem: Português
10.4000/cultura.360
ISSN2183-2021
Autores Tópico(s)Religious Tourism and Spaces
ResumoGraças ao singular prestígio de que gozava o Portugal quatrocentista na Europa de então, era lógico que as filhas e parentes próximas dos nossos reis fossem pretendidas como esposas de infantes e de príncipes estrangeiros; não seria excepção D. Joana, filha de D. Afonso V e irmã de D. João II. Os seus traços fisionómicos estão patentes na pintura guardada no Museu Nacional de Aveiro, que talvez se possa datar de 1471, ou pouco antes; de um autor anónimo, obedeceu aos princípios da escola do pintor Nuno Gonçalves. Nos séculos XVI e XVII, surgiram diversas figurações pictóricas que representam a princesa vestida com o hábito dominicano.Como seria de prever, logo após a beatificação (1693), em Aveiro surgiu a lembrança de que fosse esculpida em madeira uma imagem de Santa Joana para o culto litúrgico. Posteriormente, ao lado de muitas publicações biográficas, multiplicaram-se as representações de Santa Joana, mesmo além-fronteiras. Refiro especialmente as duas que estão patentes em Roma na igreja de Santo António dos Portugueses.Para abreviar este esboço, detenho-me nos últimos decénios da centúria novecentista. Sobretudo a partir de 1938, deparamos com dezenas e dezenas de representações da Princesa Santa Joana, em diferentes materiais e processos, devidas sobretudo à concepção e à arte de aveirenses; até há barcos moliceiros a vogar na ria, que a ostentam garbosamente nas proas. Para finalizar, refiro uma das estátuas que se erguem no perímetro da cidade de Aveiro; trata-se daquela que se encontra no largo fronteiro à Sé e ao antigo Mosteiro de Jesus, inaugurada em 2002. O seu escultor, Helder Bandarra, exprimiu-a com determinação, perseverança e decisão para viver e anunciar Jesus Cristo.
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