SALA DE AULA INTERATIVA
2000; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 1; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
1982-0305
Autores Tópico(s)Information Science and Libraries
ResumoRepensar a educacao em plena revolucao informacional tem sido, a crermos nos pais e nos professores, uma tarefa ingrata, mas inadiavel. Como preparar as novas geracoes para a chamada era digital, seja la isso o que for? Como formar cidadaos para a vida em sociedades capitalistas globalizadas que se dissolvem em fluxos de mensagens, com a producao regida pelo conhecimento e a comunicacao, e onde a realidade cada vez mais ve-se acoplada, na experiencia humana, ao virtual? Teoricos antenados no futuro argumentam sem muito esforco que a escola deve adaptar-se as mudancas, comecando por abracar as tecnologias da informacao ja disponiveis no mercado, relegando a segundo plano a licao-padrao, com o velho professor-dita-aluno-anota, com ferramentas rigidas como livro e quadro-negro. Esta e, alias, a sugestao menos polemica defendida no livro Sala de aula interativa pelo sociologo e doutor em educacao Marco Silva, para quem apoiar-se na onda digital seria a melhor maneira, para a pedagogia, de saltar o fosso entre o novo espectador, afeito ao computador, ao videogame, ao CD-Rom, e a instituicao escolar, essa “ruina” perdida no deserto das ideologias e da cultura humanistica. Ousado, minucioso (quase trezentas obras na sua bibliografia inteiramente interdisciplinar), o trabalho maneja com entusiasmo um exuberante volume de inovacoes ao estabelecer, no âmbito da educacao, pontes, passagens entre conceitos pincados na filosofia pos-moderna e na cibercultura. La estao, imbricados ou bricolados, a complexidade, o rizoma, o caos, o webtribalismo. Os mestres invocados vao de Morin e Maffesoli a Pierre Levy e Gilles Deleuze, gente nada conformista. Pois trata-se de anunciar uma transformacao radical no ensino: a logica moderna da distribuicao, que e massiva e linear, tomando o saber como produto acabado, deve dar lugar a logica da comunicacao interativa, na qual a navegacao ao acaso e a vivencia da descoberta falam mais intimamente a sensibilidade atual. Desgastada, a metafora da arvore, usada ha seculos para representar o saber e a vida como progressao integrada, e substituida pela jovem metafora do hipertexto, com seus percursos aleatorios, sua circulacao sem centro e sem fim. A suposicao e de que alunos teleinteligentes, acostumados a autonomia e ao faca-vocemesmo, estimulados pelas maquinas, nao querem repetidores de historias, mas professores que atuem como designers de softwares ajudando-os a construir a licao. Aqui, a ideia de interatividade, eixo da obra, revela toda a sua potencia, especialmente porque possibilita ao usuario a inter-
Referência(s)