
O PASSADO PRESENTE NA LITERATURA AFRICANA
2004; Universidade de São Paulo - FM/USP; Volume: 1; Issue: 7 Linguagem: Português
10.11606/va.v0i7.49794
ISSN2317-8086
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
Resumorofundamente marcada pela Historia, a literatura dos paises africanos de lingua portuguesa traz a dimensao do passado como uma de suas matrizes de significado. A brusca ruptura no desenvolvimento cultural do continente africano, o contato com o mundo ocidental estabelecido sob a atmosfera de choque, a intervencao direta na organizacao de seus povos constituiram elementos de peso na reorganizacao das sociedades que fizeram a independencia de cada um de seus paises. Tao recentes, e feitas no complexo quadro da conjuntura internacional dos anos 70, essas independencias nao dariam conta do desejo de acertar o passo na direcao do projeto utopico que mobilizara os africanos. Como heranca, o colonialismo deixava uma sucessao de lacunas na historia dessas terras e muitos escritores, falando de diferentes lugares e sob diferentes perspectivas, parecem assumir o papel de preencher com o seu saber esse vazio que a consciencia vinha desvelando. Uma visao panorâmica da literatura angolana, por exemplo, permite ver que a valorizacao do passado e, sem duvida, um dos topicos do programa elaborado pelo grupo de escritores que se propoe a fundar a moderna poesia de Angola. Em fins dos anos 40, reunidos em torno da revista Mensagem , Antonio Jacinto, Agostinho Neto, Viriato da Cruz, para ficar com apenas tres nomes, vao formar a famosa “Geracao dos Novos Intelectuais”, que, elegendo como palavra de ordem a frase “Vamos descobrir Angola”, procura lancar uma nova concepcao de poesia. A expressao “Novos Intelectuais” alude a um grupo anterior que sacudiu Luanda em fins do seculo XIX com propostas que, embora menos radicais, foram objeto de repudio e perseguicao por parte do O PASSADO PRESENTE NA LITERATURA AFRICANA
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