S. JOÃO DE ALPORÃO: REALIDADE E TRANSFORMAÇÃO DE UM MUSEU

1996; Edições Universitárias Lusófonas; Volume: 8; Issue: 8 Linguagem: Português

ISSN

1646-3714

Autores

Jorge Custódio,

Tópico(s)

Historical Studies of Medieval Iberia

Resumo

A nacionalizacao dos bens das ordens religiosas e religioso-militares transfere para a orbita do Estado partes significativas do patrimonio monumental de Santarem. Entre esses bens figurava a Igreja e anexos do mosteiro de S. Joao do Hospital ou de Alpram, da Ordem dos Hospitalarios. A escolha do momento de edificacao nao andara longe dos ultimos anos do reinado de Afonso Henriques e do inicio do de seu filho, Sancho I. O Foral de Santarem de 1179 preve-se, senao ja refere, a instalacao da Ordem dos Hospitalarios na cidade. Sera esta ordem (mais tarde chamada de Malta), quem superintendera na vida deste templo, desde a Baixa Idade Media ate 18 de Maio de 1834. Eis, pois, o tempo de vida do templo na sua funcao religiosa. Em 1207 ja a Igreja, ou pelo menos o seu presbiterio, estaria construido porque no seu interior, na parede do lado direito, junto ao arco triunfal, foi sepultado o primeiro mestre da ordem em Santarem, D. Afonso de Portugal ou Fernando Afonso, filho bastardo do rei Afonso Henriques e XIo Grao-Mestre da Ordem, entre 1194-1196 e/ou 1204-1206(1). Nesse local encontra-se, hoje, uma inscricao coeva em letra carolina, sobre a sepultura em arcossolio de volta inteira, que permite datar a sua construcao, aproximadamente. O que e certo e que, depois desse enterramento, o edificio encontra-se ao culto, cerca de 1269, visto que nessa altura a Igreja se encontrava interdita pelo Bispo de Lisboa, por motivo ainda desconhecido.

Referência(s)