Carta Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Uma polícia para o século XXI: comentário sobre o artigo de Minayo e Adorno

2013; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 18; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s1413-81232013000300004

ISSN

1678-4561

Autores

Ignácio Cano,

Tópico(s)

Psychology and Mental Health

Resumo

los da probabilidade de doenca e morte associadas as diversas opcoes de vida. O resultado dessa nova visao de mundo e contraditorio. Se a reflexao sobre o risco pode minimizar as chances de sofrer algum mal, ela pode tambem nos deixar instalados no temor e na ansiedade, na medida em que os avancos cientificos nos revelam a infinidade dos perigos a nossa espreita, antes ignorados. Para alguns autores, a nossa era se define justamente pela ubiquidade do medo, um medo difuso, um malestar universal. Nada exemplifica melhor o medo contemporâneo do que o terrorismo. A cada certo tempo, uma bomba explode em algum lugar do mundo e causa vitimas em lugares localizados a milhares de quilometros daquele onde o conflito se originou. Assim, no mundo globalizado, todos estamos sujeitos a um risco que talvez nao compreendamos plenamente, mas que aparentemente compartilhamos. Como Giddens destaca, a nossa percepcao do risco nao corresponde ao risco real. A expectativa de vida do ser humano nunca foi tao longa, a despeito, ou talvez como resultado, da consciencia dos multiplos perigos que cercam sua vida. O mundo nao e hoje mais perigoso, somos nos que o percebemos como tal. Paralelamente a essa expansao da nocao do risco, o conceito de seguranca, seu antagonista natural, conquista tambem novos territorios. Discute-se nao mais apenas a seguranca dos Estados, mas a dos individuos. E nao so contra a ameaca de morte, doenca ou perda de propriedades, mas contra tudo o que colocar em risco a nossa seguranca ontologica, isto e, a ordem e a continuidade da nossa experiencia no mundo. Nessa linha, o PNUD (Programa das Nacoes Unidas para o Desenvolvimento) define o termo “seguranca humana” como liberacao da necessidade e do temor, uma proposta tao abrangente como dificil de cumprir. Poder-se-ia dizer que o ser humano, atormentado pelos riscos que percebe, tornou-se cada vez mais ambicioso nas suas aspiracoes de seguranca. Certamente, essa evolucao no conceito de seguranca possui impactos na missao que a policia desenvolve. Uma das transformacoes mais significativas e a nova visao da seguranca como uma Uma policia para o seculo XXI: comentario sobre o artigo de Minayo e Adorno

Referência(s)