
O Mundo, o mundo: da alegoria da globalização à revelação do comum
2013; UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA; Volume: 11; Issue: 3 Linguagem: Português
10.9771/1809-9386contemporanea.v11i3.8865
ISSN1809-9386
AutoresMarcelo Rodrigues Souza Ribeiro,
Tópico(s)Globalization and Cultural Identity
ResumoProponho a analise do filme O mundo (2004), de Jia Zhangke, como alegoria aberta da globalizacao. A nocao de alegoria aberta, ou abertura alegorica, possibilita abordar a globalizacao como condicao de possibilidade do filme (que decorre, em parte, da participacao da China nos circuitos globais de capital e de comercio) e como horizonte de sentido da narrativa (que esta baseada, em parte, na metafora do espaco do World Park de Pequim como Mundo em globalizacao). A analise do modo cinematografico de constituicao da alegoria da globalizacao conduz a uma comparacao entre o trabalho de encenacao de O mundo e a chamada “geografia criativa”, que constitui, desde Kuleshov, um dos efeitos mais fundamentais da montagem cinematografica na representacao do espaco. O trabalho de encenacao e, no filme, uma forma de interrogar as fantasias e as promessas da globalizacao, em sua condicao abstrata, a partir das disjuncoes do cotidiano dos trabalhadores e das trabalhadoras que o filme acompanha. O reconhecimento dos limites da alegoria da globalizacao permite a analise da narrativa como revelacao do comum: do qualquer, da partilha, da experiencia de estar junto.
Referência(s)