Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Influência do exame médico-legal na responsabilização do autor da violência sexual contra adolescentes

2011; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 21; Issue: 2 Linguagem: Português

10.7322/jhgd.20007

ISSN

2175-3598

Autores

Jefferson Drezett, Lia Junqueira, Roberto Tardelli, Irene Pires Antonio, Hugo Macedo, Maria Auxiliadora Figueredo Vertamatti, Renata Martins Pimentel, Luíz Carlos de Abreu,

Tópico(s)

Criminal Justice and Corrections Analysis

Resumo

OBJETIVO: avaliar a influência do exame médico-legal na responsabilização criminal de acusados de violência sexual contra adolescentes do sexo feminino. MÉTODO: foram analisados retrospectivamente 137 processos judiciais de estupro contra adolescentes matriculadas no Centro de Referência da Criança e do Adolescente entre janeiro de 1995 e dezembro de 2004. Os laudos do Instituto Médico Legal foram classificados como negativos ou positivos para a materialidade do crime sexual e confrontados com a sentença judicial, condenatória ou não para o acusado. Os dados foram informatizados em Programa EpiInfo e submetidos ao teste de Qui-quadrado para Tabelas de contingência, fixando-se em p < 0,05 o nível de rejeição da hipótese de nulidade. RESULTADOS: em 30 casos (21,9%) o laudo foi concordante com a queixa de estupro. Em 107 casos (78,1%) o exame médico-legal não encontrou evidência material do crime sexual. Entre os exames positivos, 25 acusados (83,3%) foram condenados, enquanto nas perícias negativas ocorreram 68 condenações (63,5%). CONCLUSÕES: o exame médico-legal positivo se associou com maior probabilidade de condenação do acusado da violência sexual. A ausência de elementos comprobatórios materiais não impediu a responsabilização de parte expressiva dos acusados, indicando que outros meios de convencimento são admitidos pela justiça.

Referência(s)