Artigo Acesso aberto

Redes, Sociedades, Esferas: Reflexões de um Teórico Ator-Rede

2013; Volume: 16; Issue: 1 Linguagem: Português

10.22456/1982-1654.36933

ISSN

1982-1654

Autores

Bruno Latour,

Tópico(s)

Science and Science Education

Resumo

De uma forma ou de outra, somos todos responsáveis por dar à noção de rede uma imensidão, e como alguns poderiam dizer, uma ampliação hegemônica . Ou porque alguns de vocês criaram a infra-estrutura de hardware e software que adicionou redes digitais às já existentes redes de água, esgoto, rodoviária, ferroviária, de telégrafo, telefônica, ou porque outros, por meio de estudos de mídia, ciências sociais, políticas, história, e mesmo filosofia e neurociência, tentaram capturar o que é tão original no novo mundo de rede produzido por aqueles novos ajuntamentos sócio-técnicos. Quando uma noção torna-se santificada num trabalho de arte como o “Avatar” de James Cameron com o próprio planeta Pandora germinando suas bilhões de conexões webby e com a própria noção de comunicação entre os Na’vis e suas criaturas sendo materializadas por meio de um autêntico plug-in de cabelo, caudas, e crinas, talvez seja a hora de parar e perguntar: “O que fizemos?”. Espero que vocês aceitem que eu me inclua dentro deste altamente profissional “nós”, não por ter contribuído para o desenvolvimento das redes digitais, nem por ter estudado a extensão de vários sistemas sócio-técnicos de informação e comunicação, mas porque, há cerca de 30 anos, tenho encontrado na noção de rede uma maneira potente de reformular questões básicas da teoria, epistemologia e filosofia social.

Referência(s)