Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A concepção de homem em Marx e Engels e o programa socialista do século XXI

2005; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; Volume: 2; Issue: 2 Linguagem: Português

10.20396/cemarx.v2i2.10824

ISSN

2318-065X

Autores

Marisa Bittar, Amarílio Ferreira,

Tópico(s)

Youth, Politics, and Society

Resumo

Vivemos a passagem do século XX para o XXI em meio à crise provocada pelo fimdo “socialismo real”, que desencadeou uma onda de ataques aos “velhos esquemasinterpretativos” valorizando o fragmentário, o efêmero e o imaginário, bem como propagandoa “morte do marxismo”. Presenciamos o reduzido valor dos “produtos” marxistasno “mercado de bens simbólicos”, fartamente alimentado pelos “novos paradigmas”.Ao mesmo tempo, em nossa prática acadêmica como professores universitários,ouvimos críticas que revelavam desconhecimento da obra de Marx e Engels,entre elas, por exemplo, a de que o marxismo seria anti-humanista por haver substituídoo homem por forças produtivas e relações de produção. Para enfrentar essas questões teóricas, aprofundamos o estudo do marxismo epassamos a oferecer um curso anual possibilitando a leitura e o debate entre estudantesda pós-graduação, para os quais, na quase totalidade, foi a primeira oportunidadede ler um texto original dos dois pensadores.O trabalho que ora apresentamos é resultado dessas reflexões e com ele desejamosdiscutir o conceito de homem em Marx e Engels demonstrando exatamente ocontrário daquelas críticas. Iniciamos com a indagação: neste começo de século emque se fala tanto da redescoberta do valor do indivíduo, há algo mais atual do que olugar que Marx reservou para o indivíduo na sua concepção de emancipação humana? Foi com Marx que aprendemos que o capitalismo é um sistema no qual o processode produção domina os homens e não os homens o processo. O humanismo deMarx em O Capital não é um simples protesto moral: ele rasga o véu mítico da reificação,decifra o “hieróglifo” do valor, apreende a realidade social (humana) oculta pelaopacidade do mercado. Nessa obra em que dissecou o processo de degradação físicae intelectual dos trabalhadores, o capítulo sobre o fetichismo é a chave para a compreensãodo seu humanismo. Mas será que os “novos críticos” a leram?

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