A estátua viva – corpo e temporalidade na perversão
2003; University Association for Research in Fundamental Psychopathology; Volume: 6; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/1415-47142003003009
ISSN1984-0381
AutoresAntonio Damião Caetano da Silva,
Tópico(s)Psychoanalysis and Psychopathology Research
ResumoEste texto desenvolve a análise de uma organização psíquica marcada por expressivos traços perversos, tendo-se como eixo privilegiado as manifestações da implicação Corpo-Tempo. Utiliza-se como material de análise a novela “Loucura...” do poeta português Mário de Sá-Carneiro (1890-1916). Aponta-se a supervalorização egóica e correlativa desqualificação do objeto, percebendo-se então o objeto ser elevado à condição de fetiche na tentativa, por parte do sujeito, de evitar a angústia de castração e o reconhecimento da diferença sexual. Assinala-se o quanto estar imerso na completude narcísica faz instaurar a ilusão de um tempo eterno, sem ameaças e sem angústias. Por fim, desfeitas certas garantias ilusórias, vê-se o sujeito, no mais completo desamparo, ser lançado em face de um inevitável colapso psíquico.
Referência(s)