Roberto Piva, poeta do corpo

2015; Volume: 1; Issue: 15 Linguagem: Português

10.19134/eutomia-v1i15p1-19

ISSN

1982-6850

Autores

Claudio Willer,

Tópico(s)

Memory, Trauma, and Testimony

Resumo

Por volta de 1963, acompanhei Piva em uma visita ao ateliê do fotógrafo Otto Stupakoff, amigo do artista plástico Wesley Duke Lee, que acabara de ilustrar Paranóia. Foi recebido carinhosamente: Stupakoff segurava Piva pelos ombros, e murmurava com uma voz doce: “sexy Piva... sexy Piva...” O episódio pode ser relacionado a um interessante conjunto de deslocamentos. Quem fotografou Paranóia foi Wesley Duke Lee; mas o fotógrafo daquele grupo era Stupakoff; o merecedor do qualificativo de “sexy”, pela importância dos nus em sua obra. Já dei palestra sobre a relação de Wesley e Piva durante a criação de Paranóia: exemplo, da parte de Wesley, da dedicação a uma obra poética. A fotografia não era seu principal meio de expressão. Recebeu os originais de Paranóia através do jornalista Thomas Souto Correia, que também apresentara a Piva obras de autores beat. Encantou-se com os poemas e, por dois ou três meses, na passagem de 1961 para 62, acompanhou-o por lugares e roteiros citados no livro: Parque Xangai, Rua São Luiz, Rua Aurora, Rua das Palmeiras, Praça da República, Parque Ibirapuera. Traduziu visualmente as imagens poéticas, utilizando, como principal recurso, o foco no detalhe, o recorte, a metonímia. [...]

Referência(s)
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