Artigo Acesso aberto

Estudo SAIMI - Saúde e Acesso aos Serviços de Saúde dos Imigrantes do Subcontinente Indiano em Lisboa: Que Recomendações para Cuidados de Saúde Equitativos e Culturalmente Adaptados?

2015; Ordem dos Médicos; Volume: 28; Issue: 2 Linguagem: Português

10.20344/amp.5583

ISSN

1646-0758

Autores

Inês Campos-Matos, Violeta Alarcão, Elisa Lopes, Carla Oiko, Mário Carreira,

Tópico(s)

Healthcare Systems and Practices

Resumo

The growth of the immigrant population in Portugal has been consistent over the past decades. Nevertheless, information on the health of immigrant populations is scarce. This research uses data collected from the population from the Indian subcontinent living in the district of Lisbon to produce recommendations for the provision of culturally adapted health services.Cross-sectional study with the immigrant community of the Indian subcontinent (Bangladesh, India and Pakistan) living in Lisbon, selected based on a snowball sampling technique and using privileged access interviewers. The questionnaire focused on health, health care access, lifestyle and attitudes towards death. The data were subject to a descriptive analysis and an age-standardized comparison between the three nationalities was made.Surveys were administered to 1011 individuals with a participation rate of 97%. Most participants were adult males. Indian immigrants most frequently reported barriers to use of health services and had a higher frequency of chronic diseases. Pakistani immigrants had worse lifestyle indicators.The immigrant population from the Indian subcontinent tends to report more language difficulties in health care access when compared with other immigrant populations. Based on recommendations of the World Health Organization, it was possible to adapt this knowledge to produce recommendations adapted to the Portuguese context.There are several aspects in the management of health services in Portugal that can be better adapted to the immigrant population from the Indian subcontinent.Introdução: O crescimento da população imigrante em Portugal tem sido consistente nas últimas décadas. Apesar disto, a informação sobre a saúde das populações imigrantes é escassa. Esta investigação utiliza dados recolhidos junto da população oriunda do subcontinente indiano a residir no distrito de Lisboa para produzir recomendações para a prestação de serviços de saúde culturalmente adaptados.Material e Métodos: Estudo transversal junto da comunidade imigrante do subcontinente indiano (Bangladesh, Ãçndia e Paquistão) a residir em Lisboa, selecionada com base numa técnica de amostragem bola de neve e recorrendo a inquiridores com acesso privilegiado à população-alvo. O questionário inquiriu sobre a saúde, o acesso aos cuidados de saúde, estilos de vida e atitudes perante a morte. Foi feita uma análise descritiva dos dados e uma comparação entre as três nacionalidades padronizada para a idade.Resultados: Foram administrados questionários a 1011 indivíduos com uma taxa de adesão de 97%. A maioria dos participantes eram adultos do sexo masculino. Os imigrantes indianos relataram mais frequentemente barreiras na utilização dos serviços de saúde e tinham uma maior frequência de doenças crónicas. Os imigrantes paquistaneses tinham piores indicadores de estilos de vida.Discussão: A população imigrante do subcontinente indiano tende a relatar mais dificuldades linguísticas no acesso aos cuidados de saúde quando comparada com outras populações imigrantes. Com base em recomendações da Organização Mundial da saúde, foi possível adaptar este conhecimento para produzir recomendações adaptadas ao contexto português.Conclusão: Existem diversos aspetos na gestão dos serviços de saúde em Portugal que podem ser melhor adaptados à população imigrante do subcontinente indiano.

Referência(s)