Artigo Acesso aberto Revisado por pares

A importância da avaliação nutricional no controle da dieta de uma equipe de jogadores de futebol juniores

1999; Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte; Volume: 5; Issue: 5 Linguagem: Português

10.1590/s1517-86921999000500003

ISSN

1806-9940

Autores

Luciana Collet Winther Rebello, Paulo Roberto Santos Silva, Alberto Azevedo Alves Teixeira, José Roberto Rivelino Vidal, Alexandre Augusto Ribeiro Barros Oberg, Alcides Fonseca, Francisco Oliveira Rocha, Jorge Mendes de Sousa,

Tópico(s)

Obesity, Physical Activity, Diet

Resumo

O objetivo deste estudo foi verificar por meio de questionário alimentar (recordatório de 24 horas) a adequação da ingestão calórica diária de macronutrientes em 19 jogadores de futebol juniores, com média de idade de 18,6 ± 1,1 anos (16-20). Todos os atletas eram pertencentes ao Departamento de Futebol Amador da Associação Portuguesa de Desportos de São Paulo. Os futebolistas foram submetidos a inquérito alimentar por meio de entrevista individualizada. O peso ideal dos atletas foi calculado por meio da média do índice de massa corpórea (IMC) = 22,5kg.m² multiplicado pela estatura em metros ao quadrado. A partir do resultado foi calculada a taxa metabólica basal utilizando-se a tabela da FAO/OMS/ONU. A seguir, por anamnese, realizada junto ao setor de preparação atlética, quantificou-se o volume de atividade física, que possibilitou determinar o valor calórico mínimo, médio e máximo adequado aos atletas. Além disso, todos os futebolistas foram submetidos a exames laboratoriais. Os seguintes resultados e parâmetros foram verificados: o cálculo das necessidades calóricas diária de acordo com o volume de treinamento foi: mínimo = 3.298 ± 177kcal.dia-1; médio = 3.689 ± 207kcal.dia-1 e máximo = 3.991 ± 225kcal.dia-1. O consumo calórico médio dos jogadores era de 2.584 ± 421kcal.dia-1. Quando se comparou o resultado da ingestão média consumida pelos atletas com os valores mínimo, médio e máximo necessários, a deficiência calórica percentual apresentada, de 22%, 30% e 35%, respectivamente, foi altamente significante (p < 0,05). Os exames laboratoriais mostraram, em um atleta, anemia estabelecida, com Hb de 11,1g% e hematócrito de 35%. O resultado deste estudo permite concluir que não somente a educação nutricional visando corrigir desordens de comportamento alimentares, como também um controle rigoroso das necessidades calóricas, constituem procedimentos de importância fundamental para uma dieta adequada em jogadores de futebol.

Referência(s)