COLETA DE RESÍDUOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: DESAFIOS E COMPROMETIMENTO PÚBLICO
2015; UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA; Volume: 4; Issue: 2 Linguagem: Português
10.19177/rgsa.v4e22015489-529
ISSN2238-8753
AutoresAloysio Ferreira Carneiro Neto, Rosa Beatriz Madruga Pinheiro,
Tópico(s)Environmental Sustainability and Education
ResumoO objetivo primordial do estudo foi elencar os desafios enfrentados pela administração pública do estado do Rio de Janeiro quanto às condições de coleta e armazenamento de resíduos sólidos, bem como avaliar o comprometimento da população e do próprio poder público com as políticas de resíduos. A presente pesquisa foi pautada na metodologia exploratória, quando busca tornar público o histórico da problemática do descarte irregular e irresponsável dos resíduos no Grande Rio no decorrer da história, fazendo uso do levantamento bibliográfico e, também, sob a ótica explicativa ao esclarecer e justificar os motivos que levaram ao agravamento dos impactos ambientais, sociais e econômicos oriundos daquela problemática. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados livros impressos e digitais, relatórios, revistas, reportagens, artigos, pesquisas, projetos e programas, além da observação direta ao realizar visitas a Secretaria de Estado do Ambiente, ao Aterro Sanitário de Jardim Gramacho e a região do antigo Aterro Sanitário do Caju. A análise constatou que o município do Rio de Janeiro produz hoje cerca de 20 mil toneladas de resíduos por dia e que são despejados em aproximadamente 140 (cento e quarenta) “lixões” regulares e irregulares controlados pelas próprias prefeituras e, apesar, dos inúmeros programas, projetos e leis tratarem do descarte sustentável dos resíduos, o “lixo” continua sendo despejado em locais impróprios, sem qualquer tratamento e fiscalização, assim contaminando o solo e água e causando doenças. Atualmente a Baía de Guanabara ainda recebe esgoto in natura de milhares de residências da região metropolitana do Rio e também metais pesados despejados por indústrias. Todos esses materiais causaram o assoreamento, a contaminação e a morte de vários ecossistemas. O Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho foi fechado após 34 anos de operação, mas o descaso do poder público e a falta de comprometimento da população permitem que o local continue recebendo os resíduos dos bairros mais próximos como também das redondezas. Portanto a aparente utopia de um Rio de Janeiro que concilie desenvolvimento associado à sustentabilidade do meio ambiente, qualidade de vida e igualdade social só será alcançada com muita reflexão, boa vontade, comprometimento do poder público e da sociedade e a realização de ações políticas aliadas ao simples entendimento de que cada atitude isolada afeta sobremaneira o meio em que vivemos.
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