A BALEAÇÃO E A IDENTIDADE CULTURAL DUMA ILHA: O PROJECTO DE RECUPERAÇÃO DA FÁBRICA BALEEIRA DO BOQUEIRÃO - UM MODELO MUSEOLÓGICO INSERIDO EM REALIDADES LOCAIS

1996; Edições Universitárias Lusófonas; Volume: 8; Issue: 8 Linguagem: Português

ISSN

1646-3714

Autores

João Vieira,

Tópico(s)

Coastal and Marine Management

Resumo

A Regiao Autonoma dos Acores, merce do seu posicionamento geografico, por factores de ordem politico social e por vissicitudes historicas, possui um vasto e diversificado patrimonio, sem congeneres em todas as regioes Insulares Europeias, segundo afirmacoes de conceituados antropologos. O Arquipelago dos Acores e banhado pela corrente quente do Golfo do Mexico (Gulf Stream), que permite o desenvolvimento duma variada e abundante fauna, muito especialmente em cetaceos, entre os quais se destaca o cachalote, que geralmente na Regiao se designa por “baleia”. Foi precisamente devido a abundância de mamiferos marinhos, que praticamente no limiar do povoamento do Arquipelago, cacadores de cetaceos de toda a Europa, sulcaram os Mares Acorianos A partir do ultimo quartel do sec. XVIII, as frotas baleeiras da Costa Leste dos Estados Unidos (Nova Inglaterra), navegaram estes mares por mais de um seculo. Esta bem patente os reflexos da baleacao Americana em toda a Regiao, de uma forma mais relevante nas Ilhas que formaram o ex-distrito da Horta, Pico, Faial, Corvo, e Flores. Condicionalismos de caracter ecologico, geografico e economico, possibilitaram o desenvolvimento no Arquipelago Acoriano dum complexo de elementos, ideias, crencas e instituicoes, que tiveram expressao mais significativa nas Ilhas do Pico, Faial Flores e Corvo. Participa por sua vez, no vasto ciclo economico-cultural da baleacao, que se distribui por varias partes do globo.

Referência(s)