Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Infecção por patógenos multi-resistentes na UTI: como escapar?

2011; Associação de Medicina Intensiva Brasileira; Volume: 23; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s0103-507x2011000200003

ISSN

1982-4335

Autores

Thiago Felipe Maia Lisboa, Fabiano Márcio Nagel,

Tópico(s)

Nosocomial Infections in ICU

Resumo

Infeccoes causadas por patogenos potencialmente resistentes sao um problema crescente e as unidades de cuidado intensivo (UTIs) constituem o carro-chefe na prevalencia deste tipo de infeccao no sistema hospitalar, seja pela complexidade dos pacientes criticos ou pelo alto consumo de antimicrobianos nestas unidades.(1,2) Mais de 70% dos pacientes criticamente doentes internados em UTIs receberao algum antimicrobiano durante seu periodo de permanencia.(1) Alem disso, as infeccoes tem um peso importante na morbi-mortalidade dentro das unidades, e a prevalencia de infeccoes causadas por patogenos cujo tratamento e cada vez mais complexo tem aumentado progressivamente ao longo dos ultimos anos.(1-3) Somado a isso existe o fato de os microorganismos multirresistentes, mesmo sendo um problema de âmbito mundial, apresentarem comportamento distinto quanto aos mecanismos de resistencia e padroes de sensibilidade nas diversas regioes do mundo, dificultando generalizacoes.(4) A emergencia de resistencia tem se tornado um desafio no sistema hospitalar nos ultimos anos.(2) A exposicao aos antimicrobianos e, consequentemente, seu uso inadequado, se constitui no principal fator associado ao risco de desenvolvimento de resistencia. Dentro deste cenario, os principais patogenos associados a infeccao nosocomial e que, ao mesmo tempo, representam os maiores riscos em relacao a padroes de resistencia que limitem nossas alternativas terapeuticas, foram agrupados em um acronimo e sao conhecidos como patogenos ESKAPE (Quadro 1).(2) Apesar de nao compartilharem os mesmos mecanismos de inducao de resistencia, todos tem em comum uma prevalencia que vem crescendo progressivamente em virtude da pressao seletiva exercida pelas politicas (ou ausencia delas) de uso de antimicrobianos, principalmente nas UTIs. Por outro lado, o desenvolvimento de novas drogas que pudessem ampliar nosso arsenal terapeutico, minimizando assim o impacto clinico do aumento da resistencia, e extremamente restrito, nao havendo neste momento drogas em desenvolvimento para a maioria dos patogenos incluidos no conceito ESKAPE, especialmente gram-negativos.(5)

Referência(s)