
O estigma do pecado: a lepra durante a Idade Média
1995; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 5; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s0103-73311995000100007
ISSN1809-4481
Autores Tópico(s)History of Medicine Studies
ResumoO percurso da lepra e dos leprosos durante o período medieval constitui um objeto privilegiado para o estudo do impacto de uma doença sobre determinada sociedade e dos mecanismos sociais envolvidos na percepção, delimitação e destino das doenças, pois ela atingiu o Ocidente medieval em um momento em que este se definia de forma excludente em relação à alteridade. Os dispositivos que a Idade Média criou para superar a desestruturação trazida pelo advento da lepra, excluindo os leprosos do convívio social e encerrando-os em um universo à parte, o qual despertava, ao mesmo tempo, medo, desconfiança e ódio, tiveram uma enorme aceitação social. Assim, a segregação e o confinamento que se cristalizaram em tomo dos leprosos, apareceram, por muito tempo, no tratamento que a sociedade ocidental dispensou aos seus párias; além disso, a própria medicina ocidental os incorporou como base da ação terapêutica, em que o isolamento dos doentes passou a ser uma via obrigatória para a cura.
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