
Densidade mamográfica como fator de risco para o câncer de mama
2007; Thieme Medical Publishers (Germany); Volume: 29; Issue: 10 Linguagem: Português
10.1590/s0100-72032007001000001
ISSN1806-9339
AutoresAlexandre Henrique Macchetti, Heitor Ricardo Cosiski Marana,
Tópico(s)Global Cancer Incidence and Screening
ResumoO aspecto radiográfico da mama varia entre as mulheres conforme a sua composição por gordura, estroma e epitélio tecidual, que possuem diferentes propriedades de atenuação radiográfica.Há mais de 30 anos, John Wolfe 1 descrevia a associação de mamas com um padrão mamográfico de alta densidade, ou seja, maior proporção de tecido glandular e estromal em relação ao tecido gorduroso na mama ao aumento do risco para o câncer de mama -associação atualmente confirmada por muitos estudos bem conduzidos, que justificam a análise da incorporação da densidade mamográfica aos modelos de predição de risco individual de câncer de mama, como o de Gail 2,3 .A densidade mamográfica depende de muitos fatores, como número de filhos, peso corpóreo e idade, mas é independente dos níveis circulantes de hormônios sexuais na pós-menopausa 4 .Uma alta densidade mamográfica é mais comumente vista em mulheres jovens, enquanto a densidade diminui com a idade e apresenta grande declínio na perimenopausa [5][6][7] .Foram propostos vários métodos para avaliação da densidade mamográfica 8 , mas três métodos qualitativos têm sido mais empregados.Um deles é a classificação de Wolfe 1 (N1, mama gordurosa normal; P1 e P2, ductos proeminentes ocupando menos que 25% e entre 25 e 75% da mama, respectivamente; Dy, mama displásica, com extensa região de densidade mamográfica).Outra, mais recente e amplamente utilizada na prática clínica, é a classificação do Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS) 9,10 do Colégio Americano de Radiologia.Outras classificações empregam os percentuais de densidade, como a de Boyd 7 .Em recente meta-análise, em que se empregou a dicotomização da classificação de Wolfe (N1+P1 versus P2+Dy), demonstrou-se que a incidência e a prevalência de câncer de mama foram, respectivamente, 1,86 e 1,44 vezes maiores no grupo de alto risco e, mesmo se comparados os padrões P1, P2 e Dy ao N1, observa-se o risco relativo de câncer de mama, respectivamente, de 1,76, 3,05 e 3,98 em estudos de incidência para o câncer de mama 2 .
Referência(s)