
O MOTIVO DA METAMORFOSE EM FRANZ KAFKA
2011; Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara; Volume: 8; Issue: 2 Linguagem: Português
10.21709/casa.v8i2.3374
ISSN1679-3404
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoAs definições do lexema ―metamorfose‖ já são por si só semioticamente instigantes. Seja num nível mais figurativo, como ―mudança completa de forma‖, ―mudança de aparência, de caráter‖, seja num nível mais profundo, como ―mudança de natureza‖, que parece colocar em questão a própria identidade da grandeza que sofre a transformação, a metamorfose se revela como um fenômeno instrutivo do modo como opera a significação em seus diferentes estratos. Muito comum ao universo mítico e ao campo da biologia, recebe ainda tratamento todo particular na obra A metamorfose (1997), de Franz Kafka, pois que concede aí uma significativa importância ao andamento que preside o fenômeno: é que, não bastasse a tensão causada pela constituição modal-concessiva da transmutação do homem em inseto, há uma desarmonia inerente ao fenômeno na medida em que a metamorfose corporal e sensorial de Gregor foi mais veloz que a metamorfose intelectual. Além disso, o motivo da metamorfose é, em Kafka, tipificado por uma problemática de ordem fenomenológica: quais modalidades estão presentes no ato de consciência de Grete, a irmã de Gregor, quando ela emite um juízo acerca do irmão?
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