
Mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil
2008; Thieme Medical Publishers (Germany); Volume: 30; Issue: 5 Linguagem: Português
10.1590/s0100-72032008000500002
ISSN1806-9339
Autores Tópico(s)Global Cancer Incidence and Screening
ResumoAs estatisticas de mortalidade tem sido utilizadas com frequencia em estudos epidemiologicos e sao indispensaveis para a construcao de indicadores de saude de uma populacao, constituindo-se em um importante instrumento para analise dos padroes de evolucao das doencas. Na Europa, vem sendo utilizadas desde o fim do seculo XVI e, no Brasil, passaram a ser publicadas desde 1944, mas foi somente a partir de 1975 que os dados de mortalidade passaram a ser analisados de forma sistematica no pais, quando o Ministerio da Saude criou o Sistema de Informacoes sobre Mortalidade (SIM). Atualmente, os dados do SIM sao disponibilizados pelo banco de dados do Sistema Unico de Saude (DATASUS) na internet. O câncer do colo do utero e a principal causa de morte por câncer entre mulheres que vivem em paises em vias de desenvolvimento. Para 2002, a Agencia Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, do ingles International Agency for Research on Cancer), parte da Organizacao Mundial da Saude (OMS), estimou a ocorrencia de 273 mil obitos por esse câncer em todo o mundo, sendo 85% deles em paises menos desenvolvidos, onde esta incluida a America do Sul. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer do colo do utero sao elevadas, constituindo-se em um grave problema de Saude Publica. A serie historica divulgada pelo Ministerio da Saude contempla dados que vao de 1979 a 2005. Nesse periodo as taxas de mortalidade ajustadas por idade passaram de 4,97 para 5,29 por 100.000 mulheres, o que representa um incremento de 6,4% em 26 anos. Certamente, ha muitos fatores que contribuem para esse cenario, mas tres aspectos podem ajudar a compreender melhor o problema e merecem destaque: a cobertura do exame Papanicolaou, seu desempenho e o estadiamento no qual os casos sao diagnosticados. Em primeiro lugar, ha que se destacar que o Brasil foi um dos paises precursores na utilizacao da citologia no diagnostico do câncer. Ha referencia de que, em 1942, Antonio Vespasiano Ramos apresentou tese de docencia intitulada “Novo metodo de diagnostico precoce do câncer uterino”, que se acredita ser o primeiro registro da utilizacao da citologia no diagnostico do câncer no pais. Alem do pioneirismo, ao longo dos anos, o pais vem ampliando a cobertura populacional aos exames citopatologicos. Estudos elaborados nos anos 1980, considerando o numero de exames citopatologicos realizados anualmente em relacao ao numero de mulheres que deveriam ser atingidas, estimaram coberturas nacionais de 1,2% para o ano de 1984 e 7,7% para 1987. Em 1994, um inquerito populacional realizado pelo Instituto Brasileiro de Opiniao Publica e Estatistica (Ibope) nas cinco macrorregioes do pais mostrou coberturas que variaram entre 58 e 69%. Mais recentemente, foram realizados dois inqueritos de abrangencia nacional que estimaram a cobertura do exame nos tres ultimos anos. Um primeiro estudo foi a
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