
Progressão da espessura corneana do ponto mais fino em direção ao limbo: estudo de uma população normal e de portadores de ceratocone para criação de valores de referência
2006; Conselho Brasileiro de Oftalmologia; Volume: 69; Issue: 4 Linguagem: Português
10.1590/s0004-27492006000400023
ISSN1678-2925
AutoresAllan Luz, Mário Ursulio, Daniel Neyra Castaneda, Renato Ambrósio,
Tópico(s)Ocular Surface and Contact Lens
ResumoOBJETIVO: Estudar a variação e a progressão dos valores paquimétricos, a partir do ponto mais fino da córnea em direção ao limbo em pacientes normais e com ceratocone; elaborar curvas de referência para esse parâmetro. MÉTODOS: Utilizando-se o mapa paquimétrico numérico do Orbscan, 100 olhos considerados normais e 25 olhos com diagnóstico de ceratocone estágios I e II (Krumeich) foram analisados. Foram demarcadas circunferências concêntricas no ponto mais fino da córnea, com raios crescentes de 1 a 7 mm. As médias dos pontos de cada circunferência foram calculadas para cada raio e inseridas numa planilha Excel, de modo a possibilitar a criação de um gráfico de progressão para cada caso, a partir do ponto mais fino. O software SPSS foi utilizado para estudos estatísticos. Utilizou-se o teste t de Student como ferramenta para comparação dos valores encontrados. RESULTADOS: A média dos valores no ponto mais fino dos pacientes normais foi igual a 511,60 µm (desvio padrão de 30,60). A média dos valores do ponto mais fino dos pacientes portadores de ceratocone foi 424,48 µm (desvio padrão de 56,57). Observaram-se diferenças estatisticamente significativas na comparação dos valores médios de todas as circunferências (p<0,01), sendo que para os valores de 6 mm e 7 mm, observou-se p=0,01. CONCLUSÃO: Há maior variabilidade de valores paquimétricos nas córneas com ceratocone, bem como há progressão mais acentuada que em olhos normais. A progressão paquimétrica representa uma complementação à propedêutica tradicional da paquimetria pontual central que deve ser considerada no pré-operatório de cirurgias refrativas. Pode também representar índice indireto da biomecância do tecido corneano, sendo que essa hipótese merece mais estudos futuros.
Referência(s)