
Representações sociais do consumo de carne em Belo Horizonte
2012; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 22; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s0103-73312012000100020
ISSN1809-4481
AutoresGuilherme Santiago de Barros, José Newton Coelho Meneses, José Ailton da Silva,
Tópico(s)Food Safety and Hygiene
ResumoO presente estudo objetivou identificar as representações sociais do consumo de carne em Belo Horizonte, MG, adotando-se a metodologia qualitativa. Foram feitas entrevistas semiestruturadas com 34 frequentadores do Mercado Central de Belo Horizonte, as quais foram analisadas por meio da técnica de análise de conteúdo. Verificou-se que, majoritariamente, o gosto pela carne é representado como uma construção cultural e que ela ocupa o papel central das refeições, servindo, inclusive, de elemento para coesão social. O hábito de abstinência da carne no período da Quaresma mostrou-se esvaziado do significado original, perpetuando-se como simples tradição ou norma católica. Observou-se que a carne vermelha em várias ocasiões tem a ela atribuída, exclusivamente, o significado de "carne". Quanto à saúde, houve grande diversidade de representações, sendo o consumo de carne representado como saudável ou não saudável dependendo da circunstância. Igualmente, quando em evidência seu preço, ela transitava de item necessário para opcional. A carne foi fortemente identificada como fonte de proteína e a carne branca considerada mais saudável que a vermelha. A de porco foi representada como gordurosa e potencial transmissora de doenças. As representações sociais do consumo da carne, em geral, mostraram-se independentes das representações dos animais de produção. Espera-se dos profissionais de saúde a consideração da complexidade e importância do fator cultural do consumo da carne para não correrem o risco de suas ações serem pautadas num tecnicismo reducionista. Os resultados obtidos também podem ser úteis tanto para a indústria da carne quanto para defensores do seu não consumo.
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