A Morte “Adormecida” no Contexto da Educação Escolar
2014; Linguagem: Português
10.5151/medpro-cihhs-10517
ISSN2357-7282
AutoresCarolina Lucena Medeiros, Ellidja Evelyn de Sousa Barbalh, Giovana Costa de Araujo Souza, Marlos Alves Bezerra, Geórgia Sibele N. da Silva,
Tópico(s)Grief, Bereavement, and Mental Health
ResumoA sociedade contemporânea interdita o tema da morte, o que nos educa para um conluio do silêncio em torno dessa questão (Kovács, 2003; Minayo Andamp; Oliveira, 2001; Rocha Andamp; Santos, 2009), assim, as crianças aprendem a tratar esse tema como algo não permitido, algo sobre o que não se deve falar. em contrapartida, a morte é abordada ainda que indiretamente através dos meios de comunicação, dos silêncios, das comunicações não verbais, das interrupções e, emerge em qualquer etapa da vida (Kovács, 2003; 2008), a partir de noticiários de desastres e homicídios na televisão, alguma doença ou acidente na família, e até mesmo na escola, que se configura também como um cenário de aprendizado e vivências em relação à morte. As crianças adquirem a aquisição do conceito de morte de acordo com os estágios de desenvolvimento cognitivo propostos por Piaget, experiências pessoais e contexto em que estão inseridas (Torres,1979; Kovács, 1992). Além disso, poucos são os estudos disponíveis que tratam sobre este tema dentro do contexto específico da educação infantil, indicando a falta de pesquisas na área. o estudo foi realizado buscando compreender suas dificuldades, facilidades, formas de inserção do tema, metodologia usada, a fim poder contribuir com pistas capazes de subsidiar a prática desses profissionais para lidar com a morte no processo de educação. Realizamos uma pesquisa qualitativa, valendo-se de uma entrevista semi-estruturada com os professores, aliando ao recurso da técnica projetiva - o uso de “cenas”. para análise e interpretação das narrativas recorremos à Hermenêutica Gadameriana. Realizada em duas escolas particulares da cidade de Natal, com cinco educadores (professores do Ensino Fundamental I) em cada uma, sendo um representante de cada ano. Constatou-se que os professores não possuem treinamento, não se sentem preparados, evitam o tema, mas desejam aprender a lidar com a morte na educação das crianças, reconhecendo o ganho possível para todos os envolvidos no processo. Alguns percebem a possibilidade de utilizarem o recurso das histórias infantis para lidarem com a morte. É urgente a inserção da temática da morte na formação dos educadores a fim de contribuir com um enfrentamento mais saudável do tema para educadores, alunos e familiares.
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