
Os Ciganos do Catumbi: De "andadores do Rei" e comerciantes de escravos a oficiais de justiça na cidade do Rio de Janeiro
2009; Linguagem: Português
10.7749/citiescommunitiesterritories.jun2009.018.art05
ISSN2182-3030
AutoresMarco Antônio da Silva Mello, Felipe Berocan Veiga, Patrícia Couto, Mirian de Souza,
Tópico(s)Migration, Racism, and Human Rights
ResumoEste artigo discute a participacao dos ciganos calon no comercio de africanos e no poder judiciario carioca desde a corte de D. Joao VI, analisando as praticas comerciais e a formacao de redes de organizacoes e relacoes informais. A presenca desse grupo no mais importante mercado de cativos e numa instituicao publica cuja logica se baseia nos lacos impessoais e contratuais, constitutivos vida urbana, oferece-nos uma interessante oportunidade de reflexao sobre as formas de negociacao a partir das quais os ciganos conseguiram, na esfera do trabalho, uma insercao de destaque na cidade do Rio de Janeiro. Suas estrategias revelam a alta competencia sociologica do grupo ao ocupar um nicho de mercado, valendo-se da habilidade para comercializar mercadorias frequentemente preteridas pela grande empresa traficante (os chamados escravos de segunda-mao) e para incluir nas custas, as despesas de um litigio, gorjetas estabelecidas mediante uma arguciosa negociacao com as partes envolvidas num processo judicial.
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