
Histórias que os militares contam: do golpe de 1964 aos primeiros anos da ditadura civil-militar no Brasil
2010; Centre de Recherches sur les Mondes Américains; Linguagem: Português
10.4000/nuevomundo.60155
ISSN1626-0252
Autores Tópico(s)Youth, Politics, and Society
ResumoEste trabalho tem como objeto discutir artigos e livros acerca do golpe de 1964 e da ditadura civil-militar, escritos por civis e militares e publicados pela editora Biblioteca do Exército (BIBLIEX). São analisados alguns livros lançados por essa editora e artigos da "Revista do Exército" e "A defesa Nacional", publicados entre 2003 e 2008, que discutam ou narrem acontecimentos relacionados ao golpe ou ao período ditatorial. São investigadas as bases teóricas que norteiam essas versões historiográficas, encarando esse discurso como manifestações de pensamento conservador presentes hoje nas Forças Armadas. Nessas versões da história, que tomam como ponto de partida os elementos da historiografia e da propagando elaborada pelos militares e difundida durante o próprio regime ditatorial, a intervenção das Forças Armadas teria sido fundamental, pois os militares, considerando-se a parcela melhor preparada das elites na condução dos interesses nacionais, teriam estabelecido novamente a ordem pública em 1964. Para essa mentalidade conservadora, os intelectuais e políticos oriundos da resistência à ditadura usariam hoje um discurso com elementos democráticos para ocultar sua natureza golpista, construindo o que um dos historiadores militares chamou de "grande mentira".
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