
Cigarro "companheiro": o tabagismo feminino em uma abordagem crítica de gênero
2008; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 24; Issue: 12 Linguagem: Português
10.1590/s0102-311x2008001200012
ISSN1678-4464
AutoresMárcia Terezinha Trotta Borges, Regina Helena Simões Barbosa,
Tópico(s)Healthcare during COVID-19 Pandemic
ResumoO artigo apresenta os principais resultados de uma pesquisa que investigou, sob a ótica crítica e de gênero e da abordagem qualitativa, os significados simbólicos e concretos do fumar feminino. Foram realizadas 14 entrevistas semi-estruturadas com mulheres tabagistas em diversas etapas do processo de cessação. O lócus da pesquisa foi um programa de tratamento do tabagismo em um hospital público do Rio de Janeiro, Brasil. Os resultados evidenciaram o quanto o cigarro esteve imbricado em suas trajetórias sociais e de gênero, desempenhando importante papel de apoio no enfrentamento das inúmeras dificuldades de sobrevivência. Emergiu, como categoria empírica central, o "cigarro companheiro", sempre disponível para aplacar a ansiedade e a solidão, além de também ser fonte de prazer e relaxamento. O enfoque crítico de gênero evidenciou o quanto a sobrecarga de trabalho, reprodutivo e produtivo, potencializa o fumar feminino. Na assistência à saúde, para se conquistar a adesão das mulheres tabagistas ao difícil percurso da cessação, deve-se levar em conta os complexos entrelaçamentos entre as dimensões sociais e de gênero no estabelecimento da associação do cigarro a um "companheiro".
Referência(s)