Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Cruz e Sousa e a poesia do século XX: por dentro do verso

2014; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Issue: 26 Linguagem: Português

10.12957/soletras.2013.6906

ISSN

2316-8838

Autores

Juan Marcello Capobianco,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

O presente trabalho propõe uma análise que diferencia a poética em seu aspecto exterior – exógeno, e interior – endógeno, o que torna a poesia de Cruz e Sousa mais nítida àobservação no que tange a uma continuidade com os poetas do Modernismo. Isto porque oenfoque exógeno privilegia as matrizes filosófico-ideológicas, as rupturas libertadoras, aquebra da forma parnasiante, o ufanismo nacionalista de raiz, do regionalismo artesanal, da temática citadina, urbana e das experiências do espírito novo. Entretanto, no enfoque endógeno, o verso se abre para revelar a lírica dos símbolos, a tensão sugestiva das metáforas,as sinestesias de elementos díspares, a musicalidade das aliterações e assonâncias, do sencontros consonantais, a projeção imagético-sensível das impressões, a amplitude evocativadas expressões, dos versos e das estrofes entre si e em conjunto. Por este referencial teórico, éjustamente no enfoque endógeno que Cruz e Sousa demonstra o quanto inaugurou uma nova forma de conceber a poesia no Brasil, cujo uso virtuoso do símbolo foi tomado de préstimo,destruído e reconstruído, recomposto, transformado e recriado pelos modernistas. Entretanto,é sempre do símbolo que se está falando, o que, por si só, atesta sua relevância. Algumas poesias dos modernistas – ou neossimbolistas – Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Oswaldde Andrade e Vinícius de Moraes serão confrontadas com outras de Cruz e Sousa. Longe deesgotar o tema, este artigo pretende apontar as possibilidades de um novo e amplo campo depesquisa.

Referência(s)