Artigo Acesso aberto Revisado por pares

PITARCH, Pedro. 2013. O lado oculto da dobra. Ensaios de antropologia indígena. México, DF: Artes de México y Del Mundo/Conaculta. 231 pp.

2014; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 20; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s0104-93132014000300011

ISSN

1678-4944

Autores

Francisco Pazzarelli,

Tópico(s)

Urban Development and Societal Issues

Resumo

de pesquisa: o nucleo historico da Praca Frei Caetano Brandao, hoje conhecido como Feliz Lusitânia, e suas relacoes com a existencia do sofrido Centro Historico de Belem. O autor trata da sobreposicao de paisagens no Centro Historico, enten-didas pela trajetoria da longa duracao do lugar, descrevendo a ocupacao do nucleo e sua ressignificacao como cenario de poder no inicio dos anos 2000. No ter-ceiro capitulo, ele apresenta contribuicao especifica sobre a configuracao do arte-fato arquitetonico nos relatos dos seculos XVII e XVIII. Por meio dos discursos dos religiosos inacianos sobre a paisagem de Belem e de outros relatos, perfaz a cro-nologia construtiva do edificio, oscilando entre a representacao e a percepcao. Rhuan Carlos tece uma dissertacao em profundidade, imbricando arquitetura e formulacoes ideologico-pedagogicas dos jesuitas em sua ocupacao do territorio colonial situado no Norte brasileiro. De-senvolve a cronologia em tres momentos: na primeira etapa, em que a sede dos missionarios situava-se no bairro da Cam-pina; na segunda fase, com estruturas ainda precarias, quando se evidenciam os descompassos entre mao de obra e arquitetura; e a terceira etapa, na qual igreja e colegio destacam-se no cenario mais importante da sede da Capitania Grao-Para e Maranhao. Do silencio de suas paredes, o antigo colegio e a igreja dos jesuitas clamam para ter sua historia revista, como nos demonstra a fala de um morador da Praca Frei Caetano Brandao, que nao se sente impressionado pelo espaco musealiza-do do antigo colegio, tampouco gosta da igreja dotada de ar-condicionado e poltronas estofadas: “mas eu era mais aquela antiga”, dos gavetoes dos altares banhados a ouro, do sino em carrilhao, da ambiencia sagrada. A obra de Rhuan Carlos nos convida para este passeio, sinalizando no presente o lugar do acha-do, pois so assim o investigador critico pode contribuir para a compreensao da sociedade contemporânea.

Referência(s)