
Ambiguidades e contradições no atendimento de mulheres que sofrem violência
2011; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 20; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s0104-12902011000100014
ISSN1984-0470
AutoresWilza Vieira Villela, Lucila Amaral Carneiro Vianna, Lia Fernanda Pereira Lima, Danila Cristina Paquier Sala, Thaís Fernanda Vieira, Mariana Lima Vieira, Eleonora Menicucci de Oliveira,
Tópico(s)Elder Abuse and Neglect
ResumoEste artigo discute o atendimento a mulheres em situações de violência por serviços de saúde e de segurança pública. Tem como pressuposto que as atuais políticas de enfrentamento da violência contra as mulheres preveem ações dessas duas instituições. Baseia-se na análise de três elementos que compõem a prática: o espaço físico, o fluxo dos serviços e a percepção dos profissionais em relação às usuárias. Seus dados foram obtidos em estudo qualitativo realizado em unidades básicas de saúde, serviços de emergência de hospitais públicos, delegacias especializadas no atendimento a mulheres e distritos policiais de uma região da cidade de São Paulo. A coleta de dados incluiu observação não participante e entrevistas com profissionais. Os resultados apontam que o atendimento às mulheres que sofrem violência é marcado por ambiguidades e contradições; os espaços e fluxos de trabalho são pouco adequados à tarefa tão sensível e a percepção dos profissionais é permeada por estereótipos de gênero. Isso sugere que o enfrentamento da violência contra as mulheres exige a reconfiguração das práticas de trabalho, com educação permanente para os profissionais e mudanças nos processos de trabalho.
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