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As fronteiras da nação e das raças em São Tomé e Príncipe: São-tomenses, Europeus e Angolas nos primeiros decênios de Novecentos

2013; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; Volume: 29; Issue: 51 Linguagem: Português

10.1590/s0104-87752013000300005

ISSN

1982-4343

Autores

Aires Augusto Nascimento,

Tópico(s)

African history and culture studies

Resumo

Como noutras potências coloniais, na passagem de Oitocentos para Novecentos o pensamento colonialista em Portugal evoluiu no sentido do nacionalismo imperial, em parte devido à rivalidade internacional em torno do continente africano. Devido à pressão internacional sobre as suas práticas coloniais, as autoridades portuguesas tentaram traduzir em dominação efetiva a (alegada) posse das colônias. A intensa polémica do cacau escravo teve consequências nas roças de São Tomé e Príncipe. A implantação da República em 1910 ampliou o debate político. As noções de nação, civilização e raça foram manipuladas para assinalar as posições e as trajetórias sociais possíveis, quer a são-tomenses, quer aos serviçais importados das outras colónias. Neste texto analisar-se-á a posição dos ilhéus face aos colonos e aos serviçais, num contexto em que a liberdade política coexistiu com a crescente agressividade colonial, mormente no sentido da definição explícita das fronteiras raciais dentro da nação colonial.

Referência(s)