Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O decréscimo vertiginoso das autópsias em um hospital universitário do Brasil nos últimos 20 anos

2011; Sociedade Brasileira de Patologia Clínica; Volume: 47; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s1676-24442011000400009

ISSN

1678-4774

Autores

Fabiana Resende Rodrigues, Vânia Glória Silami Lopes, Consuelo Lozoya Lopez, Porphírio José Soares Filho, Rita de Cássia Lauria Gonçalves da Silva, Licínio Esmeraldo da Silva, Graça Helena M. de Canto Teixeira,

Tópico(s)

Medical Malpractice and Liability Issues

Resumo

INTRODUÇÃO: O declínio no número de autópsias em hospitais e instituições universitárias é evento amplamente reportado, inicialmente em países do primeiro mundo e posteriormente em muitos países em desenvolvimento, como o Brasil. As causas para essa tendência são múltiplas e complexas, incluindo aspectos religiosos, familiares e médicos. Entre estes últimos, salientam-se razões diagnósticas, caracterizadas pelo significativo avanço tecnológico na imagenologia, com a suposição de que todos os diagnósticos agora podem ser feitos em vida, e a crescente ansiedade de processos judiciais contra médicos por má prática. OBJETIVO: Demonstrar o decréscimo vertiginoso e drástico do número de autópsias em um hospital universitário no Brasil. MATERIAL E MÉTODO: Avaliou-se o número de registros nos livros de autópsias consecutivas realizadas no Departamento de Patologia do Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense (HUAP/UFF), Niterói, Rio de Janeiro, criando um banco dados em tabela do programa Microsoft Excel. RESULTADOS: Durante os anos 1966 a 2009, foram realizadas 23.813 necrópsias, sendo 12.702 de adultos e 11.111 de fetos. Entre os anos 1966 e 1998, foram realizadas mais necrópsias, no total de 23.321, sendo 12.482 de adultos e 10.839 de fetos. Já entre os anos 1999 e 2009, foi observado o declínio acentuado e drástico das mesmas, totalizando apenas 492 necrópsias, sendo 220 de adultos e 272 de fetos. CONCLUSÃO: Acreditamos que a principal causa para esse declínio é a pouca informação da população, que desconhece que o saber é fruto de estudo, pesquisa, prática e aprimoramento.

Referência(s)