Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Aspectos clínicos e terapêuticos da insuficiência cardíaca por doença de Chagas

2006; Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC); Volume: 86; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s0066-782x2006000400010

ISSN

1678-4170

Autores

Júlio César Vieira Braga, Francisco José Farias Borges dos Reis, Roque Aras, Nei Dantas Costa, Claudilson José de Carvalho Bastos, Renata Silva, Alana Cristiny Miranda Soares, Ademir Moura Júnior, Silvana Ásfora, Adriana Lopes Latado,

Tópico(s)

Cardiomyopathy and Myosin Studies

Resumo

OBJETIVO: Descrever as características clínicas e terapêuticas de pacientes com insuficiência cardíaca (IC) secundária a miocardiopatia chagásica crônica, bem como avaliar se estas são diferentes nas demais etiologias. MÉTODOS: Foram analisados prospectivamente pacientes atendidos no período de agosto de 2003 a junho de 2004, em um ambulatório de referência para IC. RESULTADOS: Foram incluídos 356 pacientes com o diagnóstico de IC. Miocardiopatia chagásica foi a etiologia mais freqüente, (48% dos casos). Outras etiologias foram miocardiopatia hipertensiva em 19%, dilatada idiopática em 11%, e isquêmica em 9%. Pacientes com IC secundária a miocardiopatia chagásica tinham com maior freqüência etnia não-branca (88 x 75%; p = 0,002), história familiar de doença de Chagas (57 x 21%; p = 0,001), maior tempo de doença (71 x 56 meses; p = 0,034), menor escolaridade (4,4 ± 4,1 x 5,7 ± 4,2 anos de estudo; p = 0,004), menor freqüência cardíaca (69 ± 12 x 73 ± 13; p = 0,03) e pressão arterial sistólica (121 ± 25 x 129 ± 28 mmHg; p = 0,006). Utilizavam com maior freqüência amiodarona (22 x 13%; p = 0,036) marcapassos artificiais (15 x 1%; p = 0,001) e com menor freqüência drogas betabloqueadoras (39 x 59%; p = 0,001). CONCLUSÃO: Nessa amostra de pacientes ambulatoriais com IC, em um estado com alta prevalência de doença de Chagas, miocardiopatia chagásica foi a etiologia mais freqüente, apresentando algumas características clínicas e terapêuticas diferentes dos demais pacientes.

Referência(s)