Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Maurice Blanchot e o Silêncio da Palavra

2012; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 12; Issue: 17 Linguagem: Português

10.5007/1984-784x.2012v12n17p44

ISSN

1984-784X

Autores

Eleonora Frenkel,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Maurice Blanchot nos apresenta uma concepção de linguagem a partir da “inquietante maravilha do ato de nomear”: a palavra manifesta a ausência daquilo que nomeia, ela é a materialidade vazia de uma anterioridade inapreensível. Que grande desafio se abre para a literatura moderna quando se ocupa justamente do esvaziamento da linguagem, quando se pergunta sobre esse nada inapreensível com o qual se faz. A literatura é linguagem. Uma linguagem que se coloca em questão, que se pergunta sobre suas possibilidades e que faz de suas impossibilidades sua maior busca. Por isso dirá Blanchot que a literatura tende para o silêncio, ela se move em direção e para além de seus limites. Embora se faça com a palavra, explora seu silêncio. O impossível apaixona a poesia e ao inventar os modos de realizar o irrealizável, ela cria novos possíveis e se refaz num devir constantemente renovável. Esse é o espaço da imaginação e sua dimensão política latente.

Referência(s)