Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Organizações contra-hegemônicas e a possibilidade de redescoberta da política na modernidade: uma contribuição a partir do pensamento de Hannah Arendt

2012; Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas; Volume: 10; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s1679-39512012000400002

ISSN

1679-3951

Autores

Lara Bethânia Zilio, Rebeca de Moraes Ribeiro de Barcellos, Eloíse Helena Livramento Dellagnelo, Selvino José Assmann,

Tópico(s)

Youth, Politics, and Society

Resumo

Este artigo apresenta um ensaio de natureza teórica cujo objetivo é situar um referencial capaz de abordar organizações que, instaladas numa forma social como sujeitos políticos coletivos, constituem-se como alternativas. Partimos do pensamento de Hannah Arendt, para quem política é a ação que busca acordos, ação em conjunto, reflexo da condição plural do homem e fim em si mesma. Com base nesta perspectiva, procurou-se demonstrar que do mesmo modo que o sistema capitalista cristaliza o esquecimento da política nos tempos atuais, o modelo hegemônico de organizar e a abordagem teórica tradicional dos estudos organizacionais (reflexos do sistema do capital) são instrumentos de despolitização e dominação social, ao legitimarem as necessidades de produção, acumulação e regulação na sociedade contemporânea. Nesse contexto, pensa-se nas organizações contra-hegemônicas como uma possibilidade de recuperação da política em suas determinações agonísticas. Nessas organizações, muito mais o grupo e as pequenas comunidades em movimento representam possibilidades de espaços políticos de fundação, resistência, civilidade e de revelação dos homens como agentes, através do exercício das categorias propostas por Arendt: identidade, pluralidade e capacidade de iniciar algo novo.

Referência(s)