
Desamparo e alteridade: o sujeito e a dupla face do outro
2011; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 22; Issue: 4 Linguagem: Português
10.1590/s0103-65642011005000033
ISSN1678-5177
AutoresNatália De Toni Guimarães dos Santos, Isabel Fortes,
Tópico(s)Psychoanalysis and Social Critique
ResumoAbordaremos, neste artigo, a noção de alteridade, que se encontra intrinsecamente articulada na obra freudiana ao estado de desamparo do ser humano. O recém-nascido, por causa de sua imaturidade motora e psíquica, é incapaz de satisfazer por si só suas necessidades vitais de sobrevivência, o que tem como contrapartida a dependência do outro, condição estruturante do próprio sujeito. Analisa-se a alteridade como um complexo com dupla face, tecido em uma relação que remete ao mesmo tempo ao semelhante e ao estranho, o que engendra um risco para o sujeito: não há qualquer garantia quanto ao que se pode esperar do outro. Debruçar-nos-emos sobre esse estado característico do início da vida, que lança o homem ao campo do outro, da linguagem e da cultura, para mostrar como se dá o processo de constituição psíquica. Propomos que o estado de desamparo está associado à incerteza e à ausência de garantias provindas do outro.
Referência(s)