
Direitos humanos, judaísmo e ordem internacional
1983; UFU Faculty of Law Magazine; Volume: 78; Linguagem: Português
10.11606/issn.2318-8235.v78i0p234-240
ISSN2318-8235
Autores Tópico(s)Brazilian Legal Issues
ResumoPerdoem-me, de inicio, se nas palavras que em seguida proferir haja u m toque excessivamente pessoal e se nelas perpasse o sopro do subjetivismo censuravel do moi haissable. Mas a honra elevada que recebo nesta noite, e sensibilizado agradeco, m e confundiu sobremaneira quando dela tive ciencia. A que devo tao prestigioso galardao, perguntei-me entre desvanecido e inquieto. O esclarecimento nao m e veio de imediato, nitido e m seus contornos, veemente e m sua explicitacao. Chegou-me ele a medo, gradual, indeciso de inicio, como ente inesperado que emergisse pouco a pouco das nevoas do tempo antes de identificar-se numa presenca direta e iluminada. Comecei a entrever a resposta a medida que m e vi a mim mesmo, a distância, recuado no tempo de minha adolescencia e juventude, e gradualmente aproximando-se junto a m i m e comigo se confundindo. N o processo dessa mutua identificacao, reconheci que guardava nos meus tracos essenciais — nao obstante o suceder dos tempos, a mudanca de conjunturas e a transformacao do meio — as marcas de uma profunda coerencia. Esta perfeita coerencia de m i m para comigo mesmo, divisei-a no contexto de uma inspiracao profunda que esta constantemente a moverm e e esta tambem nas origens do premio recebido, a saber, o amor e o respeito a pessoa humana, o culto e o desvelo dos direitos humanos. Tao poderosa inspiracao nao havia como deixar de reconhecer e proclamar, e comecei a esclarecer-me da indagacao que m e propus sobre as razoes do premio concedido. A resposta se tornou mais nitida a medida que se me impunha a memoria a imagem do arauto que fui de colegas, em diversas etapas do passado, no curso das quais busquei por sempre no centro de minhas cogitacoes, que eram as de meus companheiros de geracao e de inquietudes, a necessidade de ressalvar e profundar o culto e o respeito da dignidade da pessoa humana. Se nao bastasse a preeminencia dos criterios axiologicos, a quadra historica que entao viviamos assim
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