Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A lobotomia e a leucotomia nos manicômios brasileiros

2003; Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz; Volume: 10; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s0104-59702003000200004

ISSN

1678-4758

Autores

André Luís Masiero,

Tópico(s)

Academic and Historical Perspectives in Psychology

Resumo

A lobotomia e leucotomia foram utilizadas em pacientes de instituições asilares brasileiras, entre 1936 e 1956. Também chamadas de psicocirurgias, eram intervenções que consistiam em desligar os lobos frontais direito e esquerdo de todo o encéfalo, visando modificar comportamentos ou curar doenças mentais. A técnica, idealizada pelo neurologista português Egas Moniz em 1935 e aperfeiçoada pelo americano Walter Freeman, chegou ao Brasil por intermédio de Aloysio Mattos Pimenta, neurocirurgião do Hospital Psiquiátrico do Juquery, em São Paulo, logo seguido por outros médicos. Esta medida foi aplicada em mais de mil pacientes internados não só para fins curativos, mas também para aprimorar tecnicamente a cirurgia, uma vez que os experimentos preliminares com animais eram escassos. No Brasil, a técnica foi adotada até 1956, passando a ferir o Código de Nuremberg, de 1947, concebido para regulamentar e conter os abusos da experimentação médica em seres humanos ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial.

Referência(s)