
A boa ventura anti-lusotropicalista de uma tese moçambicana
2014; UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA; Issue: 49 Linguagem: Português
10.1590/s0002-05912014000100011
ISSN1981-1411
Autores Tópico(s)Social and Economic Solidarity
Resumoe a publicacao de uma tese de doutorado defendida na Universidade de Sao Paulo (USP) por um antigo lider da Frente de Li-bertacao de Mocambique (Frelimo), e que recebeu o premio de “melhor tese de doutorado” no concurso da Associacao Brasileira de Ciencias Sociais (Anpocs), na sua edicao de 2008. Seu sucesso no Brasil se deve, detalhadas, que fazem em pedacoes o “lusotropicalismo”, principalmen-te na sua dimensao africana.Essa tese, com efeito, deve ser recolocada no seu contexto, visto que foi defendida no Brasil apos o autor retomar seus estudos notada-mente nesse pais, decadas depois de ter sido obrigado a abandona--los para entrar no movimento de libertacao. Ora, o Brasil e a patria de Gilberto Freyre, o grande socio-logo que praticamente atravessou o seculo XX. Autor de numerosas obras sobre os lacos ambiguos en-tre senhores e escravos/criados na sociedade patriarcal escravagista e pos-escravagista, e o pai de uma teo-ria, o “lusotropicalismo”, que teve o seu momento de gloria e que ele ˘ ˘ˇ ˆ˙ ˝ dessa maneira, delimitou uma “area cultural”, embora territorialmente muito descontinua e etnicamente heterogenea, porem unificada pelos “metodos especificos” de coloniza-cao dos portugueses, mais aptos que os outros europeus para se integrar aos tropicos. A evidencia disso era a “mesticagem”. Pois bem, na de-cada de 1950, o regime salazarista portugues procurou, apos alguma hesitacao, incorporar essa teoria, exaltando a mesticagem cultural e ate biologica (sob uma hegemonia
Referência(s)