
O faz-de-conta em crianças com deficiência visual: identificando habilidades
2006; Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial; Volume: 12; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s1413-65382006000300005
ISSN1980-5470
AutoresLuciana Hueara, Carolina Molina Lucenti de Souza, Cecília Guarnieri Batista, Mariana Belloni Melgaço, Flávia da Silva Tavares,
Tópico(s)Education Pedagogy and Practices
ResumoO presente trabalho tem por objetivo descrever modos de brincar de crianças com deficiência visual na situação de brincadeira faz-de-conta em pequenos grupos, enfocando a construção de conhecimentos. Participaram do projeto quatro crianças de quatro a sete anos, com diagnóstico de deficiência visual (baixa visão ou cegueira), algumas com outros problemas orgânicos associados. A maioria freqüentava pré-escola; e várias crianças eram caracterizadas por alterações no desenvolvimento e/ou apresentavam dificuldades escolares. Foram realizadas seis sessões com dois grupos de crianças, que duravam em média 25 minutos, nas quais eram oferecidos diferentes brinquedos propícios ao faz-de-conta (miniaturas de cozinha e quarto, bonecos e carrinhos). As sessões foram filmadas, transcritas e analisadas, buscando-se selecionar trechos representativos de capacidades das crianças, em suas várias manifestações. A análise das transcrições permitiu a identificação de capacidades das crianças, relativas a: a) reconhecimento de objetos e criação de cenas; b) criação de narrativas e faz-de-conta; c) exploração de objetos por criança que usualmente recusava qualquer tipo de contato; d) construção conjunta de significados. Considerou-se que as situações de brincadeira faz-de-conta proporcionaram o reconhecimento de habilidades que normalmente não seriam notadas em atividades cotidianas e/ou dirigidas. A interação entre parceiros e a situação de brincadeira relativamente livre, mediada por adultos, que buscavam principalmente facilitar e propiciar o brincar, proporcionou um ambiente favorável às múltiplas elaborações das crianças. Essa proposta, com foco no processo de construção de conhecimentos e habilidades permitiu descrever e promover o desenvolvimento das crianças com deficiência, mais do que caracterizá-las por suas incapacidades.
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