
Chuva de sementes em uma floresta monodominante de Brosimum rubescens Taub. e em uma floresta mista adjacente no Vale do Araguaia, MT, Brasil
2006; Sociedade Botânica do Brasil; Volume: 20; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0102-33062006000200017
ISSN1677-941X
AutoresBeatriz Schwantes Marimon, Jeanine Maria Felfili,
Tópico(s)Environmental and biological studies
ResumoManchas de Floresta monodominante de Brosimum rubescens ocorrem no ecótono entre o Cerrado e a Floresta Amazônica e encontram-se ameaçadas. Efetuou-se um estudo da chuva de sementes em duas porções de uma floresta monodominante de B. rubescens e uma floresta mista adjacente em Nova Xavantina, MT (14º50'47''S e 52º08'37''W). Partiu-se da premissa de que a floresta monodominante apresenta um padrão de chuva de sementes diferente da floresta mista, devido à maciça frutificação de B. rubescens. Em cada porção de floresta foram distribuídas aleatoriamente onze armadilhas (0,5×0,5 m), totalizando 33. Duas porções (22 armadilhas) estiveram na floresta monodominante e uma (11 armadilhas) na floresta mista e foram monitoradas entre agosto/2003 e julho/2004. As sementes foram separadas em duas categorias: dispersas pelo vento e dispersas por outro mecanismo, que não o vento, e as florestas foram comparadas em relação ao número de espécies, número de sementes e biomassa. Espécies com sementes pequenas apresentaram dispersão distribuída ao longo, enquanto sementes grandes, dispersão concentrada. A chuva de sementes foi influenciada pelo tipo de floresta e pelas estações do ano. Na floresta monodominante o pico da dispersão das sementes não dispersas pelo vento ocorreu no auge da estação seca e a maior parte da biomassa das sementes pertenceu a B. rubescens. A dispersão destas sementes no período seco pode conferir vantagens à espécie, diminuindo a competição inter-específica por agentes dispersores e/ou garantindo um recrutamento precoce. A produção de sementes grandes e em quantidade durante o período seco e a posterior formação de um extenso banco de plântulas podem ser algumas das estratégias (de ocupação de habitat) decisivas na monodominância desta espécie.
Referência(s)