
Democracia racial: o não-dito racista
2006; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 18; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0103-20702006000200012
ISSN1809-4554
Autores Tópico(s)Race, Identity, and Education in Brazil
ResumoNa "democracia racial", o discurso racial entrincheirou-se no discurso "vulgar" (aforismático, passional, informal e privado), por meio da forma do não-dito racista que se consolidou, intimamente ligado às relações "cordiais", paternalistas e patrimonialistas de poder, como um pacto de silêncio entre dominados e dominadores. O não-dito é uma técnica de dizer alguma coisa sem, contudo, aceitar a responsabilidade de tê- la dito, resultando daí a utilização pelo discurso racista de uma diversidade de recursos tais como implícitos, denegações, discursos oblíquos, figuras de linguagem, trocadilhos, chistes, frases feitas, provérbios, piadas e injúria racial, configurando a não-intencionalidade da discriminação racial.
Referência(s)