Artigo Acesso aberto

SífiliS e GeStação: eStudo Comparativo de doiS períodoS (2006 e 2011) em população de puérperaS

2012; Volume: 24; Issue: 1 Linguagem: Português

10.5533/2177-8264-201224109

ISSN

2177-8264

Autores

Ernesto Antônio Figueiró-Filho,

Tópico(s)

Syphilis Diagnosis and Treatment

Resumo

Introducao: Em 2005 a sifilis SF em gestantes foi incluida na lista de agravos de notificacao compulsoria, na tentativa de controlar a transmissao vertical. Objetivos: comparar dois periodos distintos para verificacao da sifilis congenita SC como fator de assistencia pre-natal, caracterizando as populacoes de puerperas dos anos de 2006 e 2011 quanto aos dados socio-demograficos e verificar a frequencia de sifilis, de outras doencas sexualmente transmissiveis DSTs e infeccoes pre-natais nas populacoes avaliadas e as caracteristicas relacionadas a infeccao sifilitica nessas populacoes. Materiais e metodos: trata-se de um estudo observacional transversal comparativo retrospectivo e prospectivo dos casos de SC ocorridos em dois periodos distintos, de quatro maternidades da cidade de Campo Grande MS. O diagnostico baseou-se nos criterios propostos pelo Ministerio da Saude. Verificaram-se os exames realizados durante o pre-natal ou no ato da internacao. Resultados: A prevalencia de SC observada no periodo de 2006 foi 2,3% (12/512); e 0,58% (3/512) no ano de 2011. Das gestantes em 2006, 75% (9/512) com diagnostico positivo relataram o acompanhamento pre-natal previo, e todas no ano de 2011 (3/512) o realizaram. Receberam o tratamento adequado 20% (3/512) das gestantes infectadas em 2006 e 13% (2/512) em 2011. Quanto ao tratamento do parceiro, 33% (5/512) realizaram no ano de 2006 e 7% (1/512) no ano de 2011. Tiveram o rastreamento dos filhos realizado 33% (5/512) no ano de 2006 e 13% (2/512) no ano de 2011. Nenhum dos grupos apresentou contaminacao concomitante de SF com outras doencas sexualmente transmissiveis DST, mas foi observado aumento significativo de outras doencas infecciosas durante o pre-natal no ano de 2011 em relacao ao ano de 2006, principalmente de toxoplasmose, rubeola e citomegalovirus. Conclusao: os dados encontrados no presente estudo reafirmam que as taxas de sifilis congenita SC devem ser utilizadas como referencia de qualidade da assistencia perinatal, visto que se trata de uma doenca completamente evitavel por meio de assistencia adequada. Em ambos os periodos, os dados socio-demograficos desvelaram o desconhecimento sobre a importância da prevencao da sifilis, alem da atencao e o cuidado que devem existir no momento do preenchimento do cartao da gestante, informacoes estas que podem ajudar a melhorar a atencao pre-natal. A infeccao por clamidia esteve elevada nos dois periodos avaliados. Mesmo o indice de infeccao de SF sendo menor no segundo periodo (2011), nao houve melhora significativa na assistencia pre-natal, considerando que o indice preconizado pelo Ministerio da Saude (um caso para cada mil nascidos vivos) nao foi alcancado. Em nenhum periodo ocorreu o tratamento adequado das pacientes, dos parceiros ou o rastreamento dos filhos, embora a doenca tenha sido identificada antes do parto no primeiro periodo (2006) em 33% (5/512) e em 13% (2/512) no segundo periodo (2011).

Referência(s)