Third World/Third Sex: Gender, Orality and a Tale of Two Marias in Mia Couto and Paulina Chiziane
2007; Liverpool University Press; Volume: 84; Issue: 4 Linguagem: Português
10.3828/bhs.84.4.5
ISSN1478-3398
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoThis paper will discuss the gendering of the critical divide between oral and literaryculture in relation to two Mozambican short stories: 'Maria Pedra no cruzar doscaminhos' published in Mia Couto's 2004 collection O Fio das Missangas and PaulinaChiziane's 'As Cicatrizes do Amor' published in the 1994 anthology O Conto Moçambicano.Da Oralidade à Escrita (eds. Maria Luisa Godinho and Lourenço Rosário).The question that concerns me is how Couto and Chiziane have both in differentways engaged with the problem of writing gender relations into the pre-gendered,pre-coded dichotomy of (mother tongue) orality versus (paternal phallic) script.With reference to the above short stories, I seek to explore how African womenwriters such as Chiziane may exorcise the 'false father' of colonial and post-colonialliterary paternity, and how both male and female writers from Africa mayrescue their specific gender histories from the no less mythical dominion of the oralcultural matrix, the overarching 'false mother'.Pretende-se com esta palestra discutir a sexualização imposta à divisória que separaa cultura oral da literária, fazendo uso para o efeito de dois contos moçambicanos:'Maria Pedra no cruzar dos caminhos' que faz parte da colecção O Fio das Missangas,publicada por Mia Couto em 2004 e 'As Cicatrizes do Amor' por Paulina Chiziane,publicado em 1994 na antologia O Conto Moçambicano. Da Oralidade à Escrita (org.Maria Luisa Godinho and Lourenço Rosário).A questão central deste estudo é a de explorar de que forma Couto e Chizianese debruçam sobre a problemática da inscrição das relações sexuais e de génerona dicotomia 'pressexualizada' e 'preconstruída' que subjaz à oposição bináriaentre a oralidade (língua materna) e a escrita (processo paterno e fálico). Atravésda análise dos dois contos acima mencionados, pretende-se descobrir como é queescritoras africanas, como Paulina Chiziane, podem exorcizar o 'pai falso' da paternidadeliterária, tanto no contexto colonial como pós-colonial, e como é que os escritoresafricanos (tanto masculinos como femininos) podem libertar as suas históriase experiências específicas de relações sexuais, do domínio não menos mítico damatriz oral, isto é, a 'mãe falsa' e omnipotente.
Referência(s)