
Quatro vértices e o vento sobre fundo branco
2008; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; Volume: 19; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s0103-73072008000100004
ISSN1980-6248
AutoresAlan Victor Pimenta de Almeida Pales Costa,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoComporia quatro vertices sobre a luz, grafada. Nem dentro nem fora, a margem, esse espaco repleto do que nao se mostra sem que seja alheio. Esse espaco de luz a arder, num sopro que nasce a esvair-se e a castrar meu movimento. O interior gravita plenas formas de vazio, plenas formas nao estanques, um mal entendido, um que modifique tudo, um sinal negativo na soma. Planejo obter, aqui e ali, uma imagem que se contente com o piscar dos olhos, um arranhao no espelho que me faca recompor tao depressa como se de nada eu fosse feito. Cada espaco grao, cada alem orla, cada parte e um vale que abriga os simples. Nas palavras trincadas, nos dentes dos mortos, nos deuses, cada um com sua promessa. Nas multidoes, cada um e um centro do universo que se separa na encruzilhada seguinte. Seria menos espantoso rever meu avo, morrido, que reencontrar aqui seu velho rosto, cuja boca sabe ainda meu Nome, mas cuja substância se refez e na qual o tempo alterou cor e forma. Cuja substância se refez mais de uma vez ao longo desses vinte e cinco anos. Talvez o que eu queira com essa imagem seja ser um homem sem alma. Talvez meus ardores sejam transbordamento e forma. Talvez eu seja um ensaio. Ou antes, nao passe de atitudes que as vezes sao interrompidas por uma paisagem a qual me consinta viver.
Referência(s)