Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Sistema financeiro, bancos e financiamento da economia: uma abordagem keynesiana

2014; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 18; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/141598481827

ISSN

1980-5527

Autores

Douglas Alencar,

Tópico(s)

Banking Systems and Strategies

Resumo

financiamento da economia: uma abordagem Keynesiana 319 (1987), criticando a visão que ele considerava "velha" sobre o multiplicador bancário, a qual considerava os bancos criadores "quase-técnicos" de moeda, resultante do ajustamento passivo a uma dada razão de reservas.Na visão "nova", defendida por Tobin, os bancos são limitados pelas taxas de juros e pelo custo de atrair novos empréstimos.Destarte, o constrangimento das reservas passa a ser menos importante.Esta nova concepção do mainstream, proposta por Tobin, gerou uma série de modelos neoclássicos, sendo o principal o modelo derivado do trabalho de Santomero (1984).Na visão velha, os bancos atuam como monopólios e são, como vimos, criadores de moeda quase-técnicos.Na nova perspectiva, os bancos funcionam como gerenciadores de portfólio, neutros ao risco, otimizando os ganhos prospectivos líquidos de risco.Com base nessa abordagem elaborada por Santomero (1984), foram desenvolvidos diversos modelos neoclássicos.O autor classifica três grandes categorias de modelos e, dentro de cada uma delas, duas subcategorias.As três categorias são: i) modelos de alocação de ativo; ii) modelos de escolha de passivo; e iii) modelos completos de firma bancária.Na perspectiva pós-keynesiana, os bancos tomam decisões em um ambiente de incerteza não probabilística, em que a moeda não é neutra e os contratos ajudam a coordenar um futuro incerto (Carvalho, 1992;Paula, 2014).Em uma economia monetária de produção, como já mencionamos, os bancos criam crédito independente de depósitos prévios, por meio da criação de moeda bancária.Nesse sentido, os bancos são como as outras firmas, tomando decisões com expectativas que afetam as condições de financiamento e, consequentemente, a produção e o emprego.As decisões de portfólio são, então, tomadas com base nas expectativas quanto aos lucros, levando em consideração a incerteza não probabilística e a preferência pela liquidez.O aumento do financiamento na economia depende das avaliações sobre as receitas esperadas futuras, ou seja, sobre a capacidade dos tomadores de empréstimos de cumprir seus compromissos.Nesse contexto, a partir de expectativas, os bancos devem tomar uma posição mais ou menos ativa quanto aos empréstimos.O banco financia esta posição com base em um passivo cuja composição pode igualmente variar.Quando as expectativas são desapontadas, os bancos tendem a reduzir seu nível de transformação de maturidades, passando a privilegiar a liquidez.Para Keynes (1936), a taxa de juros é a recompensa por abrir mão da liquidez, com a escolha básica ocorrendo entre dois tipos de ativos: moeda ou títulos.A demanda por moeda se dá, como se sabe, por três motivos: transação, precaução e especulação.As duas

Referência(s)