
O corpo, a cirurgia estética e a Saúde Coletiva: um estudo de caso
2010; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 15; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s1413-81232010000100013
ISSN1678-4561
AutoresVírginia Costa Lima Verde Leal, Ana María Fontenelle Catrib, Rosendo Freitas de Amorim, Miguel Ângelo Montagner,
Tópico(s)Qualitative research in health
ResumoO corpo, na cultura ocidental, foi por muitos séculos rechaçado, temido e desvalorizado; hoje, diferentemente, é supervalorizado e tornou-se um bem precioso. Por este motivo, é cuidado e modelado, pois a ele são atribuídos os sucessos e as virtudes do indivíduo contemporâneo. Na busca de um corpo ideal, muitos procuram cirurgias estéticas como solução de insatisfações e melhoria da auto-estima. Este artigo procurou compreender a relação da cirurgia estética com a Saúde Coletiva e a promoção da saúde. Realizamos um estudo qualitativo, usando o método do estudo de caso, com o objetivo de compreender as crenças, as atitudes, as percepções e os processos culturais subjacentes às narrativas das universitárias submetidas à cirurgia estética e dos cirurgiões plásticos. Os resultados demonstram que o corpo deve ser entendido como algo mais complexo do que o corpo físico e visível, pois muitos que buscam a cirurgia estética continuam insatisfeitos, visto que suas insatisfações atribuídas ao físico são também da alma. Concluímos que existe uma medicalização da beleza estética e que a cirurgia é uma questão de Saúde Coletiva, pois os resultados dependem das motivações e expectativas de quem procura este procedimento.
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