Avaliação local da vulnerabilidade e riscos de inundação na zona costeira da Região dos Lagos, Rio de Janeiro
2010; Associação Brasileira de Estudos do Quaternário (ABEQUA); Volume: 2; Issue: 1-2 Linguagem: Português
10.5380/abequa.v2i1-2.14106
ISSN2176-6142
AutoresFlavia Moraes Lins-de-Barros, Dieter Muehe,
Tópico(s)Coastal and Marine Management
ResumoA avaliação de riscos costeiros em escala local, incluindo tanto variáveis socioeconômicas quanto físico-ambientais, tem sido um difícil desafio devido à baixa resolução espacial dos dados estatísticos, frequentemente disponíveis apenas para a unidade de distritos. Visando ultrapassar tal dificuldade, é proposta no presente trabalho uma metodologia de avaliação local da vulnerabilidade e dos riscos de inundação costeira e seus impactos sociais atuais e futuros, adotando como unidade de análise os setores censitários urbanos delimitados pelo IBGE. A área de estudo é a Região dos Lagos, localizada na costa leste do estado do Rio de Janeiro, em uma área de rápido crescimento populacional e vocação turística. Uma classificação da vulnerabilidade à erosão, inundação e poluição do lençol freático é apresentada tendo como base a integração dos dados demográficos com dados de trabalhos de campo, estado morfodinâmico das praias e registros de alagamentos. Variáveis relativas à forma de abastecimento de água e de destino do esgoto doméstico por domicílios foram utilizadas para avaliação dos impactos indiretos da inundação na poluição do lençol freático e na disponibilidade de água potável. Foram identificados treze segmentos na costa com elevada a muito elevada vulnerabilidade à transposição por ondas, com construções imediatamente à retaguarda das praias em seis destes. As situações mais críticas correspondem àquelas onde a transposição por ondas está associada ao processo de erosão costeira. Áreas sujeitas a alagamentos foram identificadas em sua maioria na margem norte das lagunas, especialmente no município de Saquarema, com o maior número de registros, dois destes relativos à transposição por ondas. Mais de 75 mil habitantes vivem atualmente nas áreas consideradas vulneráveis a alagamentos, transposição ou erosão costeira, e destes cerca de 3 mil possuem péssimas condições de acesso à água e destinação do esgoto, indicando áreas com elevado potencial de risco de poluição e deficiência de acesso à água.
Referência(s)