Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Relacionamentos multilaterais na unipolaridade: uma discussão teórica realista

2006; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO; Volume: 28; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s0102-85292006000200005

ISSN

1982-0240

Autores

Eugenio Diniz,

Tópico(s)

Political Conflict and Governance

Resumo

Examina-se em que medida e em que condições relacionamentos multilaterais podem ser relevantes no contexto de um sistema unipolar e, em particular, em que medida e em que condições esses relacionamentos podem influenciar o comportamento do único pólo do sistema. O artigo começa distinguindo um sistema internacional unipolar de um sistema estritamente hegemônico. A partir daí, identifica como variável-chave do sistema o comportamento de uma Potência Unipolar, e estabelece as bases teóricas desse comportamento, ou seja, sua Grande Estratégia ideal - abstrata, não descritiva -, como parâmetro de avaliação. Em seguida, estabelece as bases teóricas das possibilidades de sustentação dessa Grande Estratégia ideal, ou seja, a Política de Sustentação Grande-Estratégica ideal da Potência Unipolar. Das necessidades intrínsecas de cada uma, decorrem: (a) a análise teórica da utilidade de relacionamentos multilaterais do ponto de vista da Potência Unipolar; (b) a análise teórica do poder de barganha dos demais atores internacionais em face da Potência Unipolar no âmbito desses relacionamentos; (c) a análise teórica da utilidade de aliados críticos, concretos e potenciais para a Potência Unipolar; e (d) a análise teórica do poder de barganha de aliados críticos, concretos e potenciais, em face da Potência Unipolar. Com base nessas quatro análises, estabelecem-se as condições teóricas das variações na relevância desses relacionamentos multilaterais no sistema unipolar, bem como seus limites teóricos. A análise mostrará que, a partir das próprias premissas de alguns autores realistas, e respeitados aqueles limites, relacionamentos multilaterais têm o potencial de serem mais relevantes do que esses autores geralmente consideram, mas não são indispensáveis; desrespeitados aqueles limites, podem se tornar irrelevantes.

Referência(s)